31 de jan. de 2012

ROSTOS DA CORTE DAS AREIAS

 O cafézinho da manhã, numa homenagem a uma mulher do povo e que já nos deixou: a ti Ana do fato Justo

 Os convívios onomásticos dos José(s) são pretexto para a amizade e convívio

Os Amigos
Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria —
por mais amarga.
Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia"

30 de jan. de 2012

SANTANA: A preto e branco

 Casamento em Santana (anos 60)
Na canastra, o berço
Do bebé risonho e feliz
Não há coisa mais linda
Que o sorriso de um petiz

27 de jan. de 2012

NISA: Etnografia(s) - I


Os trajes de Nisa em todo o seu colorido e esplendor. O "postal ilustrado" pertence a uma colecção editada pela Papelaria e Tipografia Nisense, nos já distantes e tão pertos, anos 60.
Nessa época, Nisa tinha jovens para "dar e vender", um Rancho Folclórico que chegou a ser um dos mais famosos do país. Depois, veio a emigração para as Lisboas e as Franças do nosso (des)encanto e aos poucos tudo foi morrendo. Criaram-se novas infraestruturas, o concelho modernizou-se, mas o seu maior património, as pessoas, foram desaparecendo.
À garridice e beleza dos trajes e de quem os ostenta como sinónimo de vida e pujança, sucedeu o abandono das aldeias e dos lugares. As ruas da vila, neste como noutros estios, já não têm o bulício de outrora. Despiram-se de pessoas e de vida, e encheram-se de casas enegrecidas e rugosas pela acção do tempo, vazias, evocando, quais fantasmas, as memórias de quem ali nasceu e viveu.
Ah! Mas os trajes de Nisa, onde os há, assim, tão lindos e espelhados? Cachopas jogando o fa-fu, animando récitas e teatros, festejando os santos populares, as fogueiras (vai uma batatinha assada?) os casamentos, os bailes na rua ao som da concertina, os quintais de festa.
Nisa morreu, mas a memória, decididamente: Não!
Mário Mendes

24 de jan. de 2012

NISA: A Caixa ao "Serviço do Povo"


Há 27 anos (1985) a Caixa Geral de Depósitos editou um calendário de bolso com a imagem (antiga) da Porta da Vila. No interior dava conta de "Como fazer render as suas poupanças".
Atente-se no valor dos juros naquela altura e verifique-se que representam uma "insignificância" se comparados com as taxas que nos dias de hoje são praticadas.
Em 2005 não havia BPNs e outros que tais, e a banca estava  (pelo menos, aparentemente) "ao serviço do povo". Sem taxas de serviços, cartões, comissões e outras aberrações...

19 de jan. de 2012

NISA: A preto e branco



1 - Excursionistas de Nisa em viagem pelo país (anos 50 ou 60)
2 - Venda de louça no Rossio
3 - O Rossio junto ao Calvário com as bancas de venda


14 de jan. de 2012

13 de jan. de 2012

Nisa: Estrada das Amoreiras, Passado e Presente



É uma das principais entradas ( e saídas) de Nisa, álbum de imemoráveis histórias que davam para um livro.
Ali, passaram muitas gerações de nisenses, momentos inolvidáveis na colha de amoras e das folhas mais viçosas com que se alimentavam os bichos da seda. Era um acto arrojado, todos os dias repetido pela malta da escola e outros mais velhos. Subir às amoreiras, escolher as amoras mais grossas e maduras, armar o "banquete", tudo se fazia na "mira de um olho" antes que aparecesse o cantoneiro, o ti Jaime, homem corpulento e de aspecto ameaçador. Era mais o barulho e o alvoroço que provocava, do que propriamente a vontade de nos apanhar. Cumpria ordens para garantir o magro sustento. Na ânsia da fuga, muitas calças se rasgavam e muitos se estatelavam no chão. Nos dias seguintes, era a mesma cena, enquanto as amoras durassem e os bichinhos não crescessem e fizessem o casulo.
A Estrada das Amoreiras está, hoje, desfigurada. Não tem as árvores frondosas (e saborosas) de outrora. Destruíu-se a Horta do Parreirão para dar lugar à implantação de urbanizações e das piscinas municipais.
Mas, mesmo sem amoreiras, a Estrada das Amoras, devia merecer uma maior atenção por parte da Câmara, dando-lhe uma aspecto de civilidade, construindo passeios de um e outro lado da estrada, que iriam contribuir para a segurança de automobilistas e de peões, pois as bermas, com as valetas de cimento e sem delimitação, contituem uma perigosa ratoeira.
Se outros motivos não houvesse, bastaria acrescentar que se trata da primeira imagem, o primeiro impacto da vila para quem vem da Beira. O Alentejo começa aqui e no Alentejo, além da hospitalidade, primamos pela brancura, pelo asseio, pela beleza e arrumo dos espaços. Este, está à vista, bem precisa de ser "arrumado". Vamos a isto?
Mário Mendes

10 de jan. de 2012

AREZ: Cantar as "Janeiras"






Arez reviveu, através da iniciativa da Associação Sócio Cultural "Os Amigos de Arez", as tradições do cantar das Janeiras. A noite fria não impediu a passagem dos cantadores de voz quente e fraterna, a saudar as pessoas da terra.

8 de jan. de 2012

Janelas de Nisa vistas por Ramiro Marques

O meu primeiro dia de férias foi hoje. Fui a Nisa, uma vila do distrito de Portalegre, a apenas 50 quilómetros de Abrantes. Fui lá esta manhã com o objectivo de fotografar as janelas das casas antigas. São casas escondidas nas ruelas do Centro Histórico. Quem passa à pressa pela vila não as vê. Eu acho que Nisa tem das mais belas janelas de Portugal. Numa área pequena, que coincide com o centro histórico, há centenas de belas janelas.
Foto de Ramiro Marques - Julho de 2009